Você já fez exame de sangue, de urina, e até de alergia. Mas, alguma vez já pensou em examinar sua saliva?
A quantidade e a qualidade da saliva tem relação direta com o cuidado do hálito, o gosto que sentimos dos alimentos e até com a nossa capacidade de engolir e conversar. Porém, assim como outras tantas coisas na vida, muitas vezes só entende o valor da saliva quem já passou pela experiência que ter o fluxo salivar reduzido ou mesmo ausente. Faça um exercício. Imagine engolir um alimento com a boca completamente seca. Imagine sua vida sem saliva por 1 hora. Difícil, não é mesmo?
Mas, vale lembrar que pequenas alterações transitórias no fluxo salivar são absolutamente normais e você pode sentir a boca seca em momentos de ansiedade, estresse, cansaço excessivo… Porém, se esta sensação for algo persistente, considere a possibilidade de visitar um Cirurgião-Dentista qualificado e fazer uma sialometria, que é o exame onde o profissional avalia PH, qualidade e quantidade, turbidez e outras características da sua saliva.
Quando o fluxo de saliva está reduzido ou ausente, o ressecamento aumenta a descamação bucal, o que significa que minúsculos pedacinhos de carne crua se soltam da mucosa. Sem a saliva, que pode ser considerada nosso ‘enxaguante’ natural, eles se acumulam especialmente sobre a língua, dando origem a uma das principais causas do mau hálito, que é o biofilme lingual (saburra lingual).
E aqui vale reforçar uma questão muito importante. Cuidado com a utilização dos mais diversos produtos para limpar a língua e evitar o mau hálito se a produção de saliva não estiver equilibrada! Você pode ficar dependente destes produtos para sempre, afinal, a causa não foi tratada e assim que parar de usar os produtos, o biofilme voltará a se acumular e o mau hálito retornará. Como não me canso de repetir, em caso de mau hálito, trate a causa, não se torne refém de paliativos.
Então, se você notar alterações em seu fluxo salivar ou perceber que a sensação de boca seca é recorrente, agende sua avaliação e faça a sialometria. Alterações identificadas precocemente podem ser tratadas e evitam casos mais complexos futuros.
Cuidar da saliva é cuidar do hálito, mas, acima de tudo, é cuidar da saúde buca
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